Zanzibar


Zanzibar é uma das ilhas mais famosas da África, e não faltam motivos pra isso. É difícil não se apaixonar pela ilha muçulmana que tem combinações tão raras quanto burcas e biquinis convivendo harmoniosamente; não só pela sua beleza natural - que já é motivo suficiente para isso - mas também por toda a atmosfera da ilha, a parte histórica, a comida maravilhosa (e barata!) e todos os 'Hakuna Matata!' ouvidos diariamente. Poucos sabem disso mas Zanzibar também é a ilha onde nasceu Freddie Mercury.

Zanzibar também tem uma história muito rica. Em meados do século XIX, o sultão de Omã mudou a sua capital de Muscat para Zanzibar, e na época controlava uma área imensa no interior do continente africano. Zanzibar virou então um centro de comércio, onde se vendiam especiarias, tecidos, marfim e escravos, era o coração da África. Desde aquela época, muitas outras nações passaram por Zanzibar e deixaram suas marcas. A ilha já pertenceu aos alemães, ingleses e árabes, mas também tem influências persas e indianas. Mas a cultura muçulmana é a que permanece até hoje. Toda essa história se vê facilmente em Stone Town - capital da ilha - nas pessoas, nos costumes e, principalmente, na arquitetura.

Onde se hospedar?

Zanzibar tem diferentes regiões, cada uma para um gosto diferente. Quem gosta de resorts, restaurantes caros e agito, costuma ficar no norte, em Nungwi. Quem quer ficar no centro, na cidade e na parte história, fica em Stone Town, região de onde sai e chega o ferry. E quem quer ficar num lugar com uma vibe mais 'mochileira' e hippie, de frente pra uma praia maravilhosa e cheia de gente fazendo kitesurf, fica em Paje. Essas são as três principais regiões da ilha, existem também outras dezenas de regiões onde é possível se hospedar. Tem bastante gente que acaba ficando uns dois dias em cada lugar, o que eu pessoalmente acho ruim, já que ficar mudando de hotel o tempo todo, além de ser cansativo, também te faz perder bastante tempo.

Nossa estadia em Zanzibar foi maravilhosa, não poderíamos ter escolhido região e hostel melhores para ficar. Nos hospedamos em Paje, em um hostel chamado New Teddys Place. A vibe do hostel é incrível, ele fica há dez passos da praia, os quarto são todos bangalôs, tem opções de quartos compartilhados ou privados, tem um bar, umas redes, só gente jovem e tudo isso sem contar que os drinks são maravilhosos.

Como se locomover? Ta aí um problema da ilha: ir de uma praia pra outra. Elas são bem longe uma da outra (mais de 1h de viagem entre as principais) e existe basicamente três formas de pegar as estradas de lá:

1. Dala-Dala - É o nome do transporte público da ilha. Eu costumo ser forte defensora de se usar transporte público em viagens, mas abri uma exceção para os Dala-Dalas. Quer entender por que? Coloca "Dala-Dala Zanzibar" no google e você vai entender. Um carro lotado de gente, some isso há um calor de mais de 40 graus, em um país muçulmano onde é considerado ofensivo utilizar shorts e regata nas ruas. É um tipo de transporte muito barato? É. Muito. Mas acho que nesse caso vale a pena abrir um pouco o bolso e escolher um transporte com ar condicionado e um mínimo de conforto.

2. Taxi - Muita gente fica só de taxi pela ilha. É bem confortável, obviamente, mas acaba saindo muito caro; cada trecho de um lugar para o outro saíria cerca de U$50.

3. Alugar um carro - Essa é de longe a melhor opção para quem está indo a Zanzibar, e a melhor dica que eu posso te dar é: Alugue um carro. Não é caro (cerca de U$30 por dia pelo carro mais barato, em 2018), é confortável e você pode ir para onde quiser a hora que quiser sem depender de ninguém. Na ilha não tem trânsito (com exceção de Stone Town) e se dirige do lado direito do carro, mas isso é só questão de ficar bem atento até se acostumar, o que não leva mais de um dia. Para nós não foi necessário Carteira de Motorista Internacional, apenas mostramos a brasileira, pagamos por uma permissão para dirigir de lá (U$10) e pronto.

Nós alugamos o carro com a empresa Car Rental Zanzibar, e falamos com o Seif (wpp: +255 673 882 420) que foi super prestativo do começo ao fim. Fizemos tudo em cima da hora; no dia anterior estávamos na Etiópia e não havíamos feito absolutamente nada, mandamos um whatsapp pro Seif e ele organizou tudo para nós, além de ter ido pessoalmente na companhia do ferry comprar as passagens para nós já que íamos chegar muito em cima da hora e não íamos conseguir comprar. Ao chegar em Zanzibar, já tinha alguém nos esperando na porta do ferry com o próprio carro e já saímos dirigindo.

O que fazer?

Explorar as diferentes praias e regiões da ilha foi o que fizemos, ficávamos cada dia em um local. A verdade é que Zanzibar é cheia de tours e passeios, mas eram caros e nós queríamos descansar e curtir as praias, e fazer tudo no nosso tempo, então optamos por não fazer nenhum deles e ficar por conta própria mesmo. Todos os passeios podem ser vistos e fechados na própria ilha, não há necessidade de fechá-los com antecedência. Então vá sem muitos planos e resolva seus próximos dias quando tiver chegado lá.

Os principais locais para conhecer são os mesmos citados a cima:

Nungwi

Praia mais badalada e cheia de resorts da ilha; naturalmente, é onde está concentrada a maior parte dos turistas e os preços são mais salgados. Eu achei essa praia a mais bonita das que conhecemos, mas a atmosfera gringa, de resorts e turistas acaba estragando um pouco. De qualquer forma, vale a visita!

Stone Town

O centro de Stone Town é onde se concentra toda a parte histórica da ilha e virou, em 2000, patrimônio da UNESCO. Isso aconteceu principalmente por suas famosas portas, que são inteiras trabalhadas e extremamente grossas, como forma de proteção antigamente.

Vale tirar uma tarde inteira para conhecer o centro histórico, andar pelas lojinhas sem rumo, se perder pelas vielas, observar a pracinha onde os idosos ficam jogando dominó e se encantar com a arquitetura local. No final da tarde, aproveite para jantar na feirinha de comida e de frutos do mar que acontece todos os dias na região.

Paje

Paje é a praia mais 'mochileira' da ilha; e é também um paraíso para os praticantes de kitesurf (ou pra quem está só querendo conhecer o esporte). É uma praia longa e que venta bastante e tem muitos hostels, restaurantes, bares e escolas de kitesurf pela orla.

Pingwe

Pingwe é a praia onde fica o famoso restaurante The Rock, situado em uma minúscula ilha pertinho da areia. Para comer ali é necessário fazer uma reserva e os preços são bem salgados, mas dar uma passada só para conhecer é grátis e vale a pena. Recomendo ir conhecer o restaurante durante a tarde, que é quando a maré está mais alta e a vista fica mais bonita. Fomos pela manhã e a maré estava tão baixa que não tinha água nenhuma no local, rs.

Jambiani

Outra praia cheia de hotéis, mas nesse caso não são resorts. Os hotéis estão espalhados pela areia, todos de frente para o mar. A praia é maravilhosa, e foi aqui que vimos o maior contraste entre burcas e biquinis, várias mulheres e meninas passeando de burca ou hijab pela praia. Decidimos almoçar em algum dos hotéis e, consequentemente, usar sua piscina; e no segundo hotel que paramos para pedir nos deixaram! Portanto, passamos o dia nadando, comendo e tomando sol nas espreguiçadeiras do Sea View Lodge Zanzibar. Quem for para lá, vale a pena a tentativa.

Quanto tempo ficar?

Como sempre, isso vai depender muito de cada um e de cada estilo de viagem. Zanzibar é um lugar para descansar e aproveitar as praias, e tem várias praias diferentes e coisas interessantes para fazer, então recomendo no mínimo uma semana. Mas a verdade é que eu poderia ter ficado um mês lá, numa boa! Rs.

Como chegar?

Existem duas formas de chegar em Zanzibar: avião e ferry. Nenhuma das duas é barata, mas a mais econômica é o ferry, que custa U$35 (2018) por trecho. Ele sai em vários horários por dia e em alta temporada é necessário comprar com uma certa antecedência. Para ver os horários, preços e fazer reservas, basta entrar no site: https://www.azammarine.com/

#Tanzania #Zanzibar #Praia

Amanda Areias

Programadora e designer gráfica por profissão, viajante por paixão e feminista por necessidade.​

Mochileira desde os 17 anos, sempre em busca de lugares, culturas e pessoas novas.

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