MUDEI DE CARREIRA AOS 25 E ESTOU NA MELHOR FASE DA MINHA VIDA

Eu sei, o título parece artigo sensacionalista, propaganda falsa, fake news, mas não é. Vim aqui hoje contar pra vocês o que estive fazendo nos últimos dois anos, falar sobre o curso que fiz em Barcelona, como vim parar em Londres, como tenho conseguido viajar por aqui e quais são os meus próximos passos. Então senta, que lá vem textão...


Bom, pra quem é novo por aqui: prazer. Meu nome é Amanda e eu sou formada em Design Gráfico. Trabalhei por alguns anos na área mas sempre me vi muito frustrada, tanto com o trabalho em si quanto com o salário. Vida de designer gráfico no Brasil não é fácil, não é uma área valorizada e não tem muito espaço pra crescer, pelo menos essa foi a impressão que eu tive nos poucos anos que trabalhei na área.

Meu grande sonho sempre foi conseguir trabalhar da estrada. Encontrar um trabalho que 1. Me permitisse trabalhar remotamente e 2. Pagasse bem o suficiente pra eu viver viajando. Design gráfico entra na primeira categoria, mas passa longe da segunda. Pesquisei bastante até encontrar a área de programação. É uma área gigante, que abrange muitas coisas e que eu nunca tinha cogitado aprender, mas aparentemente está em alta e é bem comum trabalhar remotamente como programador. Decidi tentar.

Sim, resolvi aprender programação pela liberdade de viajar e puramente isso. Nunca fui de exatas nem nunca tive nenhum interesse na área, mas confiava no meu raciocínio lógico então resolvi tentar mesmo assim.

Comecei a estudar sozinha, e fui gostando cada vez mais do negócio... fiz cursos online, assisti videos no youtube, li livros e, assim, comecei a conhecer melhor o universo da programação. Sozinha, aprendi HTML, CSS e um básico de JavaScript (sendo só o último realmente considerado linguagem de programação).

Simultaneamente, estava com a idéia de sair do Brasil e morar fora por um tempo. Então juntei o útil ao agradável e comecei a procurar cursos de programação na Europa. Foi aí que conheci o termo coding bootcamp, que é um modelo de curso muito famoso na Europa e nos EUA: um curso super intensivo (12h por dia 6 dias por semana) mas que, em poucos meses, você aprende programação bem o suficiente para conseguir um emprego na área, e a própria escola te dá todo o suporte para conseguir um trabalho depois.


Depois de muita pesquisa resolvi que era isso que eu queria fazer e encontrei o que parecia ser o melhor bootcamp da Europa: o CodeWorks. Calma, não entra no site deles ainda não, termina de ler aqui antes sobre a minha experiência e depois vai dar uma fuçada 😉



Eu estava super afim de fazer esse curso, mas existiam mil e uma inseguranças: será que é isso que eu quero mesmo pra mim? Eu aguento estudar tanto em tão pouco tempo? E se eu não gostar? E se eu tiver um burnout? Esse negócio de conseguir trabalho depois é verdade? Como eu vou pagar?


Sobre o último ponto: já vou avisando que é um curso MEGA caro. Tipo, preço de um carro assim, e não um 1.0 baratinho não. Principalmente para nós que somos do Brasil e ganhamos em real, é um valor bem absurdo. Mas eu li as reviews de ex-alunos, conversei com pessoas que tinham cursado, ouvi e li o que as pessoas tinham para falar sobre o curso e cheguei à conclusão não só de que o curso era realmente bom, mas de que 100% dos alunos depois conseguem um emprego na área e, por ser uma área bem valorizada, conseguem o dinheiro do curso de volta em alguns meses. Resolvi tentar.


Desde que eu resolvi tentar até eu realmente começar o curso foi mais ou menos um ano: eu precisava estudar mais e, mais importante, eu precisava arrumar o dinheiro.

Agora é hora de falar algo aqui que com certeza já está claro para todos, mas é bom explicar mesmo assim: eu venho de uma família privilegiada. Longe de ser um família rica, mas é uma família onde nunca me faltou nada e nunca precisei ajudar financeiramente em casa. Eu ainda não tinha o dinheiro para pagar o curso e os meses na Europa até eu começar a trabalhar, mas eu tinha o apoio da minha família de me sustentar até que o conseguisse. Passei um ano estudando e juntando dinheiro: sequei todas as minhas economias, vendi quase todo meu guarda-roupa, organizei eventos, trabalhei numa fazenda nos EUA onde ganhava em dólar e, por último, vendi meu carro (ainda assim precisei de um apoio financeiro familiar).

Dia 7 de janeiro de 2019 comecei no CodeWorks, em Barcelona. Como foi e o que aprendi no curso fica para outro post, mas já adianto que foi difícil. Bem difícil. Uma das coisas mais difíceis que eu já fiz nada vida. 12h por dia 6 dias por semana trabalhando o cérebro e aprendendo o tempo todo coisas novas é puxado, mas valeu cada segundo e cada centavo gastos.

A última semana do curso é voltada para arrumar trabalho. Eles dão todo o suporte necessário, te ajudam a montar um CV novo, um perfil no LinkedIn, te colocam em contato com empresas, trazem empresas para um “recruiting day” na escola.. enfim, pra ilustrar melhor: TODAS as pessoas que se formaram comigo estavam empregadas em algum país da Europa num período de um mês depois do final do curso. Até as duas pessoas que não tinham cidadania europeia (eu tenho e, sim, isso facilita muito, mas é possível encontrar trabalho nessa área sem ter, não sei sobre outras áreas). E foi assim que eu acabei caindo em Londres, uma cidade que eu nem cogitava vir mas que a vida acabou me trazendo e eu estou a cada dia mais apaixonada.

Parece bom demais para ser verdade, eu sei. A gente está acostumado com a situação no Brasil, onde é super difícil conseguir emprego e os salários são baixos. Mas por aqui a realidade é outra, a área de programação é muito solicitada e, se você estiver aberto a mudar de país e correr atrás das oportunidades, é realmente fácil conseguir trabalhar.

Hoje eu trabalho em Londres, não moro mais com meus pais, sou financeiramente independente, consigo juntar uma graninha para viajar de vez em quando, pago 20 libras numa passagem para outro país em um fim de semana e nunca mais fiquei parada no trânsito indo pro trabalho (parece bobo, eu sei, mas sempre foi um dos maiores motivos para eu querer sair de SP). Minha vida está de uma forma que eu jamais acreditaria se me contassem um ano atrás e, sem exagero, foi graças ao CodeWorks e a todo o empenho que eu coloquei para fazer isso dar certo.




Quem me conhece sabe que eu não sou de pegar só pra mim as oportunidades que a vida me proporciona, eu tento sempre devolver um pouco pro mundo tudo o que ele me dá e com isso não foi diferente. Desde que me formei no CodeWorks tenho na cabeça a ideia de abrir algo parecido em São Paulo o dia que eu voltar, mas de forma gratuita e de preferência voltado para refugiados (uma proposta parecida com o Voice). Com essa ideia na cabeça encontrei aqui em Londres uma ONG que faz algo parecido e comecei a voluntariar lá, no Code Your Future. Falei também com o CodeWorks e resolvemos fazer uma parceria: cada pessoa que fizer o curso com o meu link tem cerca de €500 de DESCONTO (o valor depende de que programa fizer) e, o dinheiro que eu fizer nessa parceria, eu vou guardar e usar para abrir um coding bootcamp gratuito para refugiados quando voltar para São Paulo. Todo mundo sai ganhando.


Quem tiver vontade de fazer algo parecido dá uma fuçada no site do CodeWorks (eu te garanto que esse é o melhor curso desse modelo na Europa). Nesse último ano eles abriram cursos novos e em cidades novas, e agora também têm a opção de fazer o curso de forma remota. O que eu fiz foi: Software Engineering Immersive Course em Barcelona.

Os requisitos para fazer o curso são: saber falar inglês (essencial já que o curso todo é em inglês) e ter muita força de vontade de aprender. Não precisa ter nenhum background na área, mas é necessário sim motivação já que é um curso difícil e puxado.

Caso decida cursar, é necessário se inscrever pelo meu link para ganhar um desconto e me ajudar a abrir o curso no Brasil no futuro.


CLIQUE AQUI PARA SE INSCREVER UTILIZANDO O DESCONTO


E, caso depois de ler tudo isso e fuçar o site da escola, você continue com dúvidas, me manda um e-mail pela aba Contato la em cima que eu ajudo no que for possível :)


Amanda Areias

Programadora e designer gráfica por profissão, viajante por paixão e feminista por necessidade.​

Mochileira desde os 17 anos, sempre em busca de lugares, culturas e pessoas novas.

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